O juiz de Direito da 3ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina, Muccio Miguel Meira, aceitou a denúncia do Ministério Público contra a blogueira Maria Clara Sousa Nunes Bezerra pelo assassinato de Silvana Sousa, esquartejada na Vila da Guia, zona Sul de Teresina. Outros três também foram denunciados e serão julgados pelo crime.
Maria Clara foi presa no dia 6 de agosto após ser apontada pela investigação como mandante e executora do homicídio de Silvana, e desde então está na Penitenciária Feminina. O juiz também aceitou a denúncia contra Francisco José Ferreira, conhecido como Lon, Sebastian Valerio dos Santos, e João Victor Barros, conhecido como Orelhinha, que agora passam a ser réus.
A decisão foi publicada no dia 28 de agosto. O grupo deve responder por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e organização criminosa. Dos acusados do crime, Maria Clara, João Victor e Sebastian estão recolhidos no sistema penitenciário. A suspeita da polícia é que Francisco Ferreira, foragido, não esteja mais em Teresina.
Participação dos indiciados
A conclusão do inquérito do DHPP elencou nos autos do processo qual seria a participação de cada um dos indiciados, a partir das informações colhidas em interrogatórios. “Ficou bem evidenciado a questão da autoria intelectual ser da Maria Clara. Ela assume o papel de disciplina lá na região, onde ela coordena a ação e os movimentos de cada um dos envolvidos", disse Ursulino.
"Ela se utilizava dessa capa de blogueira, a fim de tentar desvirtuar sua real atividade. A gente sabe que ela tem envolvimento tanto com o tráfico de drogas na região, como também com a questão da fixação da organização criminosa por lá. Ela atuava como disciplina na região, o que ficou também evidenciado junto a todos os elementos de investigação nos autos", completou a autoridade policial.
Segundo o delegado, os dois adolescentes apreendidos confessaram participação no esquartejamento e ocultação do cadáver da vítima, além de revelar a participação de outras pessoas no crime. “Afirmam que cada um desses foragidos também participaram ativamente no momento do esquartejamento e do momento em que levaram a vítima até o local da casa para ser morta", completou.
O delegado Bruno Ursulino esclareceu que Francisco Josiel Ferreira e Sebastian Valério dos Santos também teriam participado do estrangulamento e esquartejamento de Silvana Rodrigues, enquanto João Victor Rodrigues de Paiva Barros teria levado a vítima até o local do crime e também ajudado em seu assassinato.
A motivação
Conforme a investigação, Silvana Rodrigues foi morta pelo Tribunal do Crime após suspeita de que estaria repassando informações para uma facção rival. “Por conta dessa suspeita, eles acabaram armando uma cilada para que ela fosse levada até esse local. Quando ela se encontrava nesse local, teve seu celular arrancado de suas mãos, aconteceu uma verdadeira devassa junto a esse celular. Nesse aparelho verificaram que existiam mensagens que ela trocava com pessoas do grupo rival. Diante desses indivíduos que foram levantados nessa residência acabaram por definir que a pena que Silvana iria receber era da morte", concluiu o delegado.
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