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Ministra da Mulher diz que Brasil vive "pandemia" de feminicídios

A ministra está em agenda no Piauí hoje e amanhã, onde participa do lançamento da campanha "Feminicídio Zero" em Teresina e Parnaíba.

12/09/2024 às 10h30 Atualizada em 13/09/2024 às 10h47
Por: Redação RI Fonte: Cidade Verde
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@ Renato Andrade
@ Renato Andrade

"O Brasil vive uma pandemia de feminicídios." A afirmação da ministra da Mulher, Cida Gonçalves, reflete a preocupação do governo federal com o aumento da violência contra mulheres no país. A ministra está em agenda no Piauí hoje e amanhã, onde participa do lançamento da campanha "Feminicídio Zero" em Teresina e Parnaíba.

O programa consiste em um conjunto de medidas integradas entre o governo federal, estadual, o Sebrae e outras instituições. Além de ações de conscientização, o projeto também promoverá parcerias com empresas para reduzir os índices de violência.

Ministra lamenta aumento da violência

Em entrevista coletiva, Cida Gonçalves lamentou o cenário atual de violência contra as mulheres no Brasil.

"Não é possível que a gente não escute o choro de uma criança de 0 a 4 anos sendo estuprada em sua casa. Não é possível que nem um vizinho escute. Não é possível que ninguém escute o grito desesperado de uma mulher pedindo socorro para não morrer. Quem se omite também é responsável. Não só o Estado e o assassino, mas todas as pessoas que ignoram o desespero vivido por nossas mulheres. Eu tenho dito que é uma pandemia: a cada três minutos, uma mulher sofre violência; a cada seis minutos, uma criança ou mulher é vítima de estupro; a cada seis horas, uma mulher é morta por ser mulher. Esses dados são a base das políticas públicas do governo federal", afirmou.

Atribuição do ódio contra as mulheres

Cida Gonçalves destacou que o aumento dos casos de feminicídio está ligado ao ódio direcionado às mulheres.

"A violência contra as mulheres tem aumentado devido ao ódio que se instaurou em nosso país. A violência sexual contra crianças de 0 a 9 anos cresceu, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, assim como os feminicídios. Mesmo com investimentos em recursos, construção de Casas da Mulher Brasileira e legislação específica, ainda não conseguimos lidar com o ódio presente na sociedade", concluiu.

Demissão de Silvio Almeida

A ministra também comentou a demissão do ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, acusado de assédio contra mulheres.

"A decisão do governo foi demiti-lo. O presidente Lula agiu de forma imediata, e acho que foi a decisão correta. Agora, o processo seguirá para investigação normal. Não temos mais ingerência administrativa sobre o caso", finalizou.

Secretaria realizará campanhas em jogos de futebol

A secretária das Mulheres no Piauí, Zenaide Lustosa, anunciou que o governo estadual promoverá ações de conscientização em estádios de futebol e outros espaços, visando sensibilizar os homens sobre a violência contra mulheres.

"A exemplo do governo federal, estamos dialogando não só com o poder público, mas também com o setor privado. Neste mês, lançaremos, junto ao Sebrae, a campanha Feminicídio Zero. Também firmamos parcerias com times de futebol, para levar a campanha de prevenção ao feminicídio aos campeonatos. Além disso, temos o projeto 'Vamos nas Escolas', que visa capacitar a rede estadual de ensino para lidar com a violência contra meninas e mulheres", afirmou Zenaide Lustosa.

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