Igor de Sousa Alves, de 23 anos, apontado como autor do ataque a uma professora, com uma seringa no último dia 20 de março, se apresentou à Delegacia Geral da Polícia Civil do Piauí na manhã desta terça-feira (25), mas não foi preso. Ele foi ouvido por policiais civis e estava acompanhado do irmão, além de advogados. A professora, após o ataque, informou a polícia que tinha sido inoculado um líquido na altura das costelas. Ela está recebendo acompanhamento médico.
A defesa do suspeito informou que a família vai interná-lo em uma clínica para tratamento de problemas psiquiátricos com o consentimento do próprio investigado.
Segundo delegado Tales Gomes, o suspeito responde por dois processos criminais por roubo em 2024. Ele chegou a ser preso em maio do ano passado e solto no dia 12 de março de 2025. Igor de Sousa atualmente responde pelo crime de lesão corporal e por isso foi solto após prestar depoimento.
"Ele passou todo o processo preso. Foi julgado e condenado pela 1ª Vara Criminal de Teresina a quatro anos e alguns dias e por conta desse quantitativo de pena o juiz concedeu o direito dele a apelar em liberdade. Procedemos a apresentação dele hoje e primeiramente o único crime materializado é o de lesão corporal, a vítima fez o exame de corpo de delito que constatou lesão corporal, constatou que foi um meio insidioso (crime cometido de forma dissimulada)", afirma o delegado.
Em depoimento à polícia, a professora narrou que o suspeito teria recorrido a ela pedindo água. Após entrar na escola, ele a atingiu com a seringa que atingiu a costela.
"Conforme o relato da vítima, ela estacionou o carro, foi até o portão e o rapaz disse a ela que queria beber água. Ela foi falar sobre a questão se ele poderia entrar para beber água, ele se abaixou, tirou a seringa do bolso esquerdo e golpeou a professora nas regiões das costelas, próxima à mama. Ela se virou e viu que saiu um líquido branco da seringa, que também molhou a calça dela. Com 30 dias ela terá que fazer um exame para saber se adquiriu alguma moléstia grave", explica o delegado Tales Gomes.
Dias após o crime, ele foi identificado e estaria causado pânico aos moradores do bairro Taquari, na zona Leste de Teresina, por andar enfiando um seringa em mulheres.
O suspeito pode responder por expor a vida ou saúde de outrem a perigo direto e iminente, lesão ou até um crime mais grave, se a vítima tiver sido infectada. Segundo o delegado, os crimes não cabem prisão preventiva. Antes de se entregar, a defesa do suspeito já havia acionado a Polícia Civil e alegado que ele tem transtornos mentais.
“Ele sofre de insanidade mental moderada e a defesa irá trabalhar em cima disso. Inclusive ele toma remédios todos os dias por isso. Ainda não tem mandado de prisão preventiva contra ele. Ele necessita de cuidados especiais, o irmão dele cuida dele, responde por ele porque ele tem problemas”, afirma o advogado Osman Gomes.
O suspeito foi encaminhado ao Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela, onde realizou exames infectológicos. Segundo a defesa, o resultado foi negativo.
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