Uma auditoria da CGU (Controladoria-Geral da União) identificou 1 milhão de pessoas que morreram, mas que constavam como "ativas" no Cadastro Único de programas sociais do governo federal, o CadÚnico, em outubro de 2022, durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
O que a CGU apontou
Segundo a CGU, 1.078.250 pessoas do CadÚnico (1,2% do total) tinham registro de óbito no Sistema Nacional de Informações de Registro Civil e/ou no Sistema de Óbitos, o Sisobi. Os dados foram cruzados por meio do número de CPF e da data de nascimento dos inscritos.
Para a CGU, isso gera "reflexo direto nos pagamentos de benefícios" feitos a partir do cadastro. A base de dados do CadÚnico é utilizada por 28 programas do governo federal para seleção de pessoas para a concessão de benefícios — entre eles o Bolsa Família, que alcança 21 milhões de famílias.
O governo Lula informou que excluiu 606 mil mortos em abril. São pessoas com indicativo de óbito que não atualizaram o CadÚnico em pelo menos 12 meses, disse o MDS (Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome). A pasta também efetuou a exclusão de cadastros desatualizados no mês passado.
Havia ainda 486 mortos em que a pessoa aparecia como "em cadastramento", ou seja, que poderia ser inserida nos meses seguintes. O documento da CGU foi entregue na segunda-feira (15) ao governo federal.
A Controladoria fez 35 recomendações ao governo federal. A análise começou após o aplicativo ser lançado em 30 de março de 2022. A ferramenta permitiu a famílias fazer o pré-cadastro diretamente pela internet, sem participação inicial dos municípios.
A CGU também identificou 468 mil famílias fora do perfil de renda no Auxílio Brasil, causando prejuízo de R$ 2,18 bilhões entre janeiro e outubro de 2022.
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