Investimentos em infraestrutura impulsionam a geração de emprego no Piauí

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que o Piauí assumiu a direção na abertura no mercado de trabalho no Brasil. Já são mais de 13 mil novas vagas criadas em 2024, número que ultrapassa a média nacional. E esse crescimento na abertura de vagas passa pelo investimento em infraestrutura em vários segmentos, um deles é a construção e recuperação da malha viária do Estado.

Segundo o Departamento de Estradas e Rodagens do Piauí (DER), os investimentos nas rodovias que formam o anel viário da soja, já superaram R$ 1,2 bilhão nos últimos dois anos, e o Estado deve investir mais R$ 948 milhões para melhorar a infraestrutura e reduzir os custos de logística para o agronegócio.

O Piauí possui uma extensa malha viária, são mais de 8,5 mil quilômetros. De norte a sul, já foram destinados mais de R$ 3,2 bilhões em serviços de pavimentação, recuperação e manutenção das rodovias estaduais de mais de 5 mil quilômetros de rodovias. Cerca de 70% das estradas vicinais do Piauí, também, receberam serviços que ajudaram a melhorar a vida de piauienses que moram no campo.

O diretor do DER, Leonardo Sobral, ressalta que há ações sendo realizadas nos 12 territórios, com atenção também à sinalização e ao uso de tecnologia para mapear toda a malha viária do estado.

"Diversas rodovias foram completamente recuperadas, restauradas e sinalizadas no norte e no sul do nosso Estado e com isso, estamos conseguindo atrair novos investimentos, novas empresas, indústrias especialmente ligadas ao setor do agronegócio e da geração de energia limpa renovativa. Com o emprego da tecnologia nós vamos avançar, avançar justamente evitando que os problemas aconteçam, principalmente no período de chuvas. Piauí chove muito, em poucos meses do ano, chuvas localizadas. E, com isso, há um desgaste nas rodovias. Nas passagens molhadas, em infraestruturas públicas, principalmente no interior do estado. Mas com esse plano de gestão, nós vamos poder garantir uma atuação direta e cirúrgica para que possamos evitar que os problemas ocorram em nossas rodovias estaduais", disse o diretor.

O Piauí detém, ainda, o maior percentual de capacidade de geração de energia eólica do mundo. O estado ocupa a terceira posição no ranking brasileiro de capacidade instalada, atrás da Bahia e de Minas Gerais. Tanto potencial atrai indústrias, com a certeza da qualidade no fornecimento e agora, também, tornam possível o desenvolvimento da cadeia do hidrogênio verde.

Mas o estado não investe apenas em asfalto, os projetos de ferrovias e hidrovias ganham força e devem se tornar uma realidade no Estado. O rio Parnaíba deve se tornar a primeira hidrovia do Brasil a desembocar no oceano. Mais de 1.300km unindo, definitivamente sul e norte do estado. Um projeto orçado em mais de R$ 2 bilhões, metade para as intervenções no rio e a outra para construção das áreas de transbordo no desembarque no Porto de Luís Correia. O projeto está na fase de licenciamento. A previsão é de que a navegabilidade comece em 2027.

Parte dos recursos vai ser repassada pela União, dinheiro resultado da venda da Eletrobrás no estado. Também são fontes de recursos, o tesouro estadual e a iniciativa privada. O vice-presidente de Logística da Investe Piauí explica que a primeira fase tem caráter ambiental.

"Estamos nos propondo a fazer uma revitalização ampla do rio Parnaíba, através do seu desassoreamento, da recuperação das suas matas ciliares, da recuperação de nascentes, vamos investir quase R$ 150 milhões nessa fase do projeto", explicou.

A outra rota a compor o Intermodal é a ferrovia, facilitando o transporte do minério de ferro, extraído em Piripiri e exportado principalmente para a China. A produção chega a um milhão e meio de toneladas por ano, com meta de chegar a quatro milhões de toneladas.

A geração de riquezas depende de mão de obra qualificada e diversificada, que grande parte vem das universidades instaladas no Estado, que inovam e diversificam, especialmente, nas áreas de engenharia e tecnologia. Os biocombustíveis, cada vez mais necessários, há muito tempo são objeto de pesquisas. O Piauí é um dos pioneiros em todo o Brasil na criação de grupos de pesquisa e formação de mão de obra qualificada para atuar nesse segmento da economia.

O investimento em infraestrutura passa pelo investimento em tecnologia. No Piauí, a Empresa de Tecnologia da Informação do Piauí (Etipi) tem facilitado o acesso dos cidadãos aos serviços públicos e ajudado a reduzir problemas sociais. Em menos de 2 anos já foram investidos cerca de 200 milhões de reais em tecnologia. Além da desburocratização do atendimento à população é garantia de alta segurança na proteção de dados. A Estatal também pode recuperar parte dos investimentos compartilhando a inovação com Prefeituras e até outros estados.

Essa tecnologia tem impactado positivamente a vida dos piauienses, como a auxiliar administrativa, Carla Soares, que poupar tempo e dinheiro acessando os serviços por meio do celular. Carla tem uma filha de 9 anos, que está dentro do espectro do autismo e conseguiu emitir a carteira de identificação de autismo da filha sem sair de casa.

"Antigamente, para consultar a carteirinha tanto de autista como de passe livre e como de passe cultura, a gente tinha que ir direto à SEID. Hoje não, através de um documento, a gente faz toda a documentação com acesso no aplicativo. E também posso usar tudo no celular independente se tem uma área com a internet ou não, eu posso baixar o APP, o arquivo, aonde a gente tiver, a pessoa tem como acessar informação da carteirinha. Para gente chegar lá, seria mais de uma hora de ônibus. Ah, pra quem paga um aplicativo, não seria menos do que R$ 50 do meu bairro ao centro. Teria que tirar as cópias dos documentos, uma folha impressa, é um real chegando praticamente a uns 50 reais. É uma coisa que faz diferença na economia. Então, eu economizo através de um celular. Eu não preciso nem sair de dentro de casa", comemora.