Um balanço divulgado pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) revelou que, durante o período de greve, apenas 38 ônibus estão circulando em Teresina. Esse número representa apenas 18% da frota total da capital.
A circulação está bem abaixo do percentual determinado pela Justiça do Trabalho, que exige o funcionamento de 80% da frota nos horários de pico e 40% nos horários entre picos. A baixa adesão compromete o atendimento à população e infringe as determinações judiciais.
Posição do Setut
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) alegou que, na manhã da última sexta-feira (9), os ônibus sequer saíram das garagens, caracterizando descumprimento das decisões legais. Em nota, o sindicato afirmou:
“É importante ressaltar que o transporte público é considerado serviço essencial pela Lei de Greve, devendo operar com, no mínimo, 30% da frota — salvo determinação judicial que estabeleça percentuais superiores, como já ocorreu em decisões anteriores em Teresina.”
Decisão do Tribunal Regional do Trabalho
Na mesma sexta-feira (9), a desembargadora Liana Ferraz de Carvalho, do Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região (TRT-22), concedeu liminar determinando que o Sintetro mantenha ao menos 40% da frota em circulação fora dos horários de pico e 80% nos períodos de maior movimento. Em caso de descumprimento, o sindicato está sujeito a multa diária de R$ 50 mil.
Posicionamento do Sintetro
Até o momento, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro) não se pronunciou oficialmente sobre os dados divulgados pela Strans. O espaço permanece aberto para manifestações.
Nova proposta
Em assembleia realizada na tarde desta terça-feira (13), o Sintetro decidiu manter a greve dos motoristas e cobradores, que entra no terceiro dia nesta quarta-feira (14). No entanto, a categoria apresentou uma nova proposta para tentar encerrar o movimento.
O diretor de Comunicação do Sintetro, Cláudio Gomes, informou que os trabalhadores irão propor um reajuste salarial de 13% — abaixo dos 15% originalmente reivindicados. Além disso, a nova proposta inclui um ticket alimentação de R$ 850 e um auxílio-saúde de R$ 130.
A audiência de mediação entre o Sintetro e o Setut será conduzida pela desembargadora Liana Ferraz, mas o horário ainda não foi definido. Até lá, a greve continua e o serviço de transporte segue comprometido.
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