
O Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), desenvolvido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em parceria com o Ministério das Cidades, definiu os projetos que devem ampliar as redes de transporte público coletivo de média e alta capacidade (TPC-MAC) na região metropolitana de Teresina. O levantamento aponta a expansão da rede com a implantação de novos trechos de metrô, VLT e BRT, totalizando 31 quilômetros. O investimento estimado é de até R$ 3,6 bilhões, valor destinado à execução de obras e aquisição de frota.
Em Teresina, o ENMU detalha três projetos principais. O primeiro é a extensão do Metrô da Linha 01 - Sudeste até o município de Timon (MA), com 2,5 quilômetros de trilhos adicionais e investimento previsto de R$ 286 milhões. O segundo projeto propõe a implantação de um corredor de BRT elétrico entre o Terminal Parque Piauí e o Terminal Zoobotânico, com 16,1 quilômetros de extensão e investimento de até R$ 660 milhões. O terceiro é a implantação de outro corredor entre o Terminal Bela Vista e a Universidade Federal do Piauí (UFPI), com 12,9 quilômetros e previsão de gasto de R$ 540 milhões. Para esses dois últimos trechos, há alternativas tecnológicas com VLT, cujos valores estimados chegam a R$ 1,8 bilhão e R$ 1,4 bilhão, respectivamente.
A rede de transporte da capital piauiense passará de 17 quilômetros para até 45 quilômetros, considerando as expansões previstas. O ENMU aponta que os investimentos fazem parte de um conjunto de 187 projetos nacionais de mobilidade, que somam R$ 434 bilhões em todo o país. Os projetos de Teresina correspondem a três deles e integram o trabalho de modernização do sistema de transporte público coletivo nas 21 regiões metropolitanas incluídas no estudo, que busca fortalecer os sistemas de média e alta capacidade até 2054.
Os impactos projetados pelo estudo indicam que, com a implantação das obras, Teresina pode registrar a redução de cerca de 90 mortes no trânsito até o ano de 2054. O levantamento também estima que as medidas evitarão a emissão anual de aproximadamente 27,5 mil toneladas de dióxido de carbono (CO₂), contribuindo para a redução dos níveis de poluição atmosférica na cidade. Outro ponto destacado é a queda no custo operacional por viagem, calculada em 16%, percentual superior à média nacional, estimada em 11%.
O ENMU também projeta que a ampliação da rede de transporte público em Teresina deve diminuir o tempo médio de deslocamento diário dos usuários, com economia de tempo equivalente a um impacto econômico de R$ 1,2 bilhão. Os dados indicam que, além de melhorar a eficiência do sistema, as intervenções planejadas tendem a aumentar o acesso da população a oportunidades de emprego e serviços públicos, gerando efeitos diretos na mobilidade urbana da capital e nas ligações com municípios vizinhos, como Timon.
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