Falso investidor é preso suspeito de furtar dinheiro das contas bancárias dos clientes

Um jovem piauiense de 23 anos foi preso suspeito de aplicar golpes por meio de investimentos financeiros. A prisão aconteceu no Maranhão, na cidade de Balsas, onde ele estava de passagem. O suspeito é morador da cidade de Ribeiro Gonçalves (PI) e não tinha registro para atuar no mercado financeiro como intermediador.

No perfil atual, Samuel Keneddy se nomeia “trader, especulador, investidor e analista” e possui 58,4 mil seguidores. No Piauí, foi identificado, até o momento, apenas um Boletim de Ocorrência. A vítima perdeu R$ 35 mil. O espaço está aberto para defesa do investigado.

O delegado Marcos Halan, da Polícia Civil do Piauí, relatou que a prisão foi em cumprimento de mandado de prisão preventiva com apoio da polícia do Maranhão. Ele pontuou que o inquérito já foi encerrado e encaminhado à Justiça. Samuel foi indicado pelo crime de estelionato. Durante depoimento após a prisão, Marcos Halan ressaltou que Samuel preferiu permanecer em silêncio.

O ESQUEMA CRIMINOSO E A DENÚNCIA

O delegado Marcos Halan disse que o suspeito foi denunciado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), vinculada ao Ministério da Fazenda do Brasil, que disciplina, fiscaliza e desenvolve o mercado de valores mobiliários no Brasil.

“Foi uma denúncia da CVM, uma requisição para abertura de inquérito. Um indivíduo estava se fazendo de investidor profissional, angariando clientes e aplicando golpes”, disse o delegado. As primeiras denúncias contra o suspeito chegaram em 2023. O investigado usava mais de um perfil nas redes sociais.

Conforme o delegado, o jovem conquistava a confiança das pessoas e criava contas bancárias no nome das vítimas, após obter todos os dados pessoais delas, para transferir/sacar os valores das plataformas de investimentos.

O rapaz entrava em contato com as potências vítimas por meio das redes sociais, em especial Instagram, Youtube e Telegram. O delegado alerta que os investidores profissionais possuem um registro para atuação como intermediário no mercado financeiro.

“Ele usava as redes sociais e simulava grandes ganhos por meio de trader (investidor que opera com dinheiro próprio). Ele tem vários seguidores e conseguia ganhar a confiança das vítimas. No Piauí, uma vítima perdeu R$ 35 mil, mas ele fez vítimas em outros estados”, citou o delegado.

Sobre o esquema, o delegado detalhou que as vítimas davam ao Samuel acesso a uma plataforma de investimentos. “Por meio dessa plataforma, ele criava uma conta bancária digital e transferia o dinheiro da plataforma para a conta da pessoa. Depois, ele fazia o saque desse dinheiro. A plataforma não permitia transferir o dinheiro direto para ele, tinha que criar uma conta no nome da pessoa; dessa (conta) ele tinha acesso porque criava com os dados das pessoas”.